No clima da Copa, milhares de torcedores deixaram o Chile para desbravar o Brasil atrás de "La Roja", como é conhecida a seleção chilena, ao longo do Mundial. Um dos principais destinos turísticos do país, Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio, que é conhecido por abrigar diferentes nacionalidades, foi o local escolhido por cerca de 200 chilenos, que buscam tranquilidade e segurança, como sede nos dias sem jogos da equipe liderada por Jorge Sampaoli.

Os torcedores vão rodar o país para assistir os confrontos do Chile nos estádios, mas vão retornar para a "nova casa" ao fim das partidas.

Entre os chilenos que estão abrigados e desfrutando das belezas da cidade paradisíaca, está um dos lideres de uma das torcidas mais conhecidas da seleção chilena, a "Marea Roja", ou Maré Vermelha. Acostumado a viajar para assistir todos os jogos do Chile, Mario Moreno, o Chapolin, como é conhecido, optou por ficar em Búzios pelo bem-estar e posição estratégica geográfica do balneário com os locais de partida da equipe.

Nós escolhemos Búzios porque o Rio de Janeiro e São Paulo são cidades muito perigosas. E estou priorizando a segurança do meu grupo. Também porque as coisas no Rio de Janeiro e São Paulo estão muito caras. Eu viajei com o Chile para a Europa, e o custo na Europa está mais barato que no Brasil. E por isso privilegiamos a economia e a segurança na hora de escolhermos Búzios como destino. Tem a questão também de Búzios ficar cerca de duas horas do Rio de Janeiro e umas oito de São Paulo, locais onde nossa equipe vai jogar. Por estarmos de carro, fica mais fácil - disse.

Acompanhando a seleção chilena há muitos anos, Mario Moreno afirma que não será nenhuma surpresa se o Chile conseguir grandes façanhas na Copa e até mesmo se sagrar campeão do Mundo. De acordo com o torcedor, este é o melhor time da história da Roja.

- Acredito que podemos ganhar o Mundial. Temos uma excelente equipe. Diria até que é a melhor seleção chilena de sua história. Nossos jogadores são rodados. São jogadores com mentalidade de que não entram na competição apenas para competir, mas com a mentalidade de entrar para ser campeão. Dizem que é difícil, mas já mostramos nosso valor outras vezes, então, temos que acreditar - afirmou.

Responsável por um grupo com cerca de 60 chilenos que estão abrigados em Búzios, o empresário Ivan Aros, que morou na cidade por um ano, faz coro ao conterrâneo Mario Moreno nos motivos que o levaram a escolher o balneário como sede durante o Mundial. Dono de uma agência de turismo, o torcedor ressaltou que, além de servir como casa nos dias sem jogos, a cidade é um local de lazer

Está sendo uma experiência única estar no Mundial. É a primeira vez que minha empresa está fazendo uma viagem com mais de 60 pessoas para uma Copa do Mundo. Está sendo um grande desafio, mas até agora tudo está saindo bem. A melhor coisa de tudo é poder ficar em Búzios, que além de podermos assistir os jogos, podemos tirar férias. É um local com belas praias, locais lindos, então, o grupo está muito feliz em poder estar aqui. Eu morei em Búzios cerca de um ano, e tudo mais fácil. Tem a questão dos preços serem mais em conta e da segurança também. Aqui não sofreremos com manifestações que estão ocorrendo no Rio e em São Paulo - declarou.

Encantando com a recepção brasileira nos jogos e com os estádios que foram modernizados, Ivan Aros conta que viveu um dos momentos mais emocionantes de sua vida na estreia da La Roja no Mundial, contra a Austrália, em Cuiabá, quando os torcedores chilenos cantaram o hino à capela.

Nós cantarmos o hino à capela, dentro do Brasil. Foi muito emocionante. Pessoalmente eu vivi uma coisa parecida na Copa América, em 2011, em Buenos Aires, na sede de Mendonça. A maior parte do estádio era de chileno. E também aconteceu a mesma, a música do hino parou na metade e nós continuamos cantando. Só que contra a Austrália foi em uma Copa do Mundo, é mais importante, tem muita gente assistindo o jogo. Acho que nós chilenos mostramos o amor que temos pela Roja. Então, é um orgulho para nós. Esperamos que isso se repita contra a Espanha.

Os chilenos viajam nesta quarta-feira para o Rio de Janeiro para assistir o confronto entre Chile e Espanha, no Maracanã, às 16h, pela segunda rodada do Grupo B. A partida é de extrema importância para as pretensões da Roja de conquistar uma vaga na próxima fase da competição. Após a partida, os torcedores retornam a Búzios para aguardar o dia do jogo contra a Holanda, no dia 23, na Arena Corinthians, em São Paulo.

Fonte: Globoesporte.com