O senador Marcelo Crivella (PRB) e o deputado federal e
ex-governador Anthony Garotinho (PR) disputariam o segundo turno, se as
eleições para o governo do Rio fossem hoje. Pesquisa do Instituto Gerp aponta
que os dois pré-candidatos cresceram no último mês e estão embolados na disputa
pela preferência do eleitorado fluminense. O levantamento foi realizado entre
os dias 23 e 29 de maio e tem margem de erro de 3,39 pontos percentuais.
Crivella mantém-se na primeira posição, com 23% das
intenções, contra 20% de Garotinho. O ex-governador e atual deputado do PR foi
o que apresentou o maior crescimento de um mês para o outro, com sete pontos
percentuais. Já o senador do PRB cresceu menos, no mesmo período, ganhando
cinco pontos percentuais. “Esta segunda pesquisa mostra alguns dados
interessantes. Apesar de Crivella vencer todas as simulações de segundo turno
com os demais candidatos, Garotinho vem atropelando e, se o senador decidir
sair da disputa, o ex-governador assume uma boa frente”, avalia Gabriel Pazos,
presidente do Gerp.
Para o especialista, a rodada de maio mostra que o
pré-candidato do PT, senador Lindbergh Farias, está patinando, pois não teve
uma boa evolução, crescendo apenas um ponto percentual, de 8% para 9%, nas
intenções do eleitorado. Já o governador Luiz Fernando Pezão, completando quase
dois meses de administração e tendo a máquina pública na mão, enfrenta a
consequência do desgaste político do antecessor, Sérgio Cabral. Ele oscilou de
6% em abril para 5% em maio.
“Pezão foi o que apresentou o maior crescimento no índice de
rejeição, saltando de 10% para 16%, perdendo apenas para Garotinho, com 19%.
Mas, o atual governador não conseguiu mostrar uma agenda positiva, pois quando
aparece na TV é para se justificar”, diz Pazos , referindo-se às greves
enfrentadas e à sucessão de confrontos e protestos nas comunidades com UPPs.
Pazos lembra ainda que, na média, caiu a avaliação do
governo estadual, de 2,75% em abril para 2,37%, em maio. O professor do
departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio Ricardo Ismael ressalta que
29% dos entrevistados não sabem avaliar o atual governo. “Os índices se aproximam
da avaliação final do governo Cabral. Ou seja, o atual governo continua mal
avaliado, e Pezão ainda não conseguiu reverter”, afirma Ismael. O Gerp ouviu
870 pessoas em todo o estado.
Eleitor ainda se mostra desinteressado
Para o professor do departamento de Sociologia e Política da
PUC-Rio Ricardo Ismael, os dados da pesquisa de maio do Instituto Gerp servirão
para os candidatos reavaliarem suas ações e mostrarem densidade na formação de
alianças e coligações. Segundo ele, apesar de as pessoas ainda não estarem
interessadas no assunto — 67% admitiram não conversar sobre as eleições —, a
situação deve mudar logo após a Copa do Mundo, quando realmente começará a
campanha oficial.
“Neste momento, é possível perceber que há dois candidatos
com uma certa vantagem. Já Lindbergh, apesar de ter uma candidatura considerada
competitiva e com o apoio do ex-presidente Lula, ainda não deslanchou. César
Maia é que perdeu densidade, e Pezão tem dificuldades para ter uma candidatura
mais competitiva”, avalia ele.
De acordo com Ismael, o eleitor carioca é imprevisível e
pode surpreender. Segundo o cientista político, a eleição deste ano para
governador apresentará um quadro diferente da última, quando Sérgio Cabral foi
reeleito ainda no primeiro turno. Na época, Cabral estava embalado pelo início
das UPPs e a escolha do Rio para ser sede da Olimpíada de 2016 e da final da
Copa. “Agora, o governo está mal avaliado e a eleição, aberta. Há dois
candidatos na frente, dois mais atrás e dois que não decolaram (Miro e César). Pode
haver renovação”, analisa.
Fonte: odia.ig.com.br