Carlos Alberto não poderia ter escolhido clube melhor para
seu novo recomeço no futebol. Hoje, General Severiano é praticamente sua
segunda casa. De Jefferson a Sheik, são poucos os atletas que ele não conhece
ou não jogou. Uma amizade que ele espera levar para dentro de campo em sua
reestreia, na quarta, contra o Grêmio, em Caxias do Sul, para ajudar o Botafogo
a entrar nos trilhos do Campeonato Brasileiro.
“O Sheik é parceiro antigo. O Jefferson jogou comigo na
seleção de base, o Marcelo Mattos, no Corinthians, e o Edilson, no Grêmio. Isso
sem falar do Jorge Wagner e do Mancini. Tem médico aqui que me conhece desde os
12 anos. Eles não conhecem só minha carreira, conhecem de fato meu coração”,
conta de sorriso aberto.
De todos os amigos chama a atenção o entrosamento fora de
campo com o atacante Sheik. “É engraçado porque vai ser a primeira vez que
vamos jogar juntos, mas temos uma intimidade de longa data. Um já olha e o
outro já sabe. Ele é muito inteligente. Gosta de jogar, chama a
responsabilidade para si. Nossas personalidades combinam, se encaixam”,
analisa.
A amizade com Skeik e com os outros atletas é uma motivação
a mais para o jogador recuperar o futebol envolvente que o levou a ser no auge,
um dos craques do Porto na conquista da Liga dos Campeões, em 2002-2003.
“Teve uma reunião em que meu nome foi citado e a aceitação
foi grande. Quando se trabalha em uma lugar assim você tem que valorizar ainda
mais, porque é muito precioso”, avalia.
Mesmo não estando no melhor de sua forma—seu último jogo foi
contra o Botafogo-PB, dia 16 de abril, na Copa do Brasil— após ficar
praticamente sete meses sem jogar, o meia escancara a alegria de voltar a jogar
como se fosse iniciante. “ Vou treinar na parada da Copa, quando todo mundo vai
folgar. Vai ser ótimo. Estou com muita fome de bola”.
Mais experiente
Muito mais maduro aos 29 anos, Carlos Alberto faz mea-culpa
e reconhece que deixou passar muitas coisas importantes na carreira, entre elas
a Seleção.
“Sou humano e como todos muitas vezes errei. Talvez, a
seleção realmente não fosse para mim. A realidade é que os caras tiveram mais
méritos do que eu”, reconhece. “Às vezes, ter mérito não é porque o cara jogou
muito mais do que eu, é ter saco para aguentar coisas que não aguentei. Mas sou
patriota, amo meu pais e vou torcer pela seleção. É o que posso fazer”.
Fonte: O Dia