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sábado, setembro 28, 2024
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Cientistas refugiados desenvolvem pesquisa no Rio de Janeiro

Programa oferece bolsas e suporte a pesquisadores de países como Síria e Rússia, com projetos em áreas como a Região dos Lagos

Há em torno de 1,5 milhão de imigrantes no Brasil, sendo que cerca de 700 mil, de 163 nacionalidades, são refugiados ou solicitantes de refúgio. Neste mês de junho, que abriga o Dia Mundial do Refugiado (20), a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), vinculada à Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação anuncia que, no próximo mês, lançará a segunda edição do edital para pesquisadores de zona de conflitos.

Em homenagem ao falecido físico e professor emérito da Coppe/UFRJ, o programa trouxe ao estado do Rio de Janeiro nove cientistas de zonas de conflito, incluindo Ucrânia, Rússia, Irã e Síria. A iniciativa pioneira da Faperj contou com investimentos superiores a R$ 10 milhões, oferecendo bolsas mensais de R$ 9 mil por até 12 meses, passagens de ida e volta, seguro viagem e um auxílio à pesquisa para o pesquisador-anfitrião, totalizando até R$ 200 mil.

Entre os cientistas beneficiados pelo programa Luiz Pinguelli Rosa de Mobilidade e Instalação de Pesquisadores Originários de Regiões em Conflito, destaca-se Mohammad Al Abed, da Síria. Ele trabalha no Instituto de Geociências da Universidade Federal Fluminense com mapeamento da degradação do solo em Cachoeiras de Macacu, Maricá, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia. Utilizando uma metodologia de imagens de satélite e drones, ele identifica áreas afetadas, ou não, por erosão nesses municípios.

Os projetos contemplados abrangeram áreas como Engenharias, Ciências Biológicas, Ciências Exatas e da Terra, e Ciências Agrárias em instituições como UFRJ, UFF, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Inmetro e o Instituto de Matemática Pura e Aplicada. Entre os cientistas beneficiados, também destaca-se também o russo Vladimir Alexandrovich Mironov, que trabalha na área de bioimpressão 3D de cartilagem humana sob orientação do pesquisador José Granjeiro, do Inmetro.

Outro exemplo é Siraj Salman Mohammad, bolsista sírio que estuda as aplicações bioativas do resíduo da filetagem de peixes, especialmente a pele de tilápias, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Ele analisa os efeitos antimicrobianos e anti-inflamatórios da pele de tilápias, tendo obtido resultados promissores.

Para a coordenadora da Assessoria de Relações Internacionais da Faperj, Vânia Paschoalin, este edital trouxe a possibilidade a pesquisadores qualificados e produtivos de darem continuidade a seus trabalhos em áreas de fronteira do conhecimento. Originários de regiões conflituadas, estavam impedidos de desenvolver com plenitude pesquisas em seus países de origem.

“Nesta primeira edição do programa Luís Pinguelli Rosa, os pesquisadores contemplados com as bolsas de mobilidade e instalação vieram de países que enfrentam conflitos históricos, e encontraram parceiros científicos nas diferentes ICTs do Estado do Rio de Janeiro, e juntos, estão desenvolvendo ciência de qualidade e inovação tecnológica em diversas áreas do conhecimento, a serviço da melhoria da vida da sociedade fluminense”, afirma Paschoalin.

Ludmila Lopes

Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.

É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.

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