Região dos Lagos pede mudanças no cronograma de saneamento da Prolagos

A região do Peró já conta com um projeto para instalação de rede de captação de esgotos, com obras orçadas em R$ 8 milhões



Mudanças no cronograma de concessão da Prolagos, a concessionária que distribui água e trata os esgotos da Região dos Lagos, serão pedidas nesta terça-feira por ambientalistas, moradores e hoteleiros na reunião da Câmara Técnica de Saneamento do Consórcio Intermunicipal Lagos-São João (CILSJ). O encontro está marcado para o auditório da Prolagos, em São Pedro da Aldeia. O CILSJ faz a gestão ambiental das bacias hidrográficas da Região dos Lagos, Rio São João e zona costeira em 12 municípios.

— Descobriu-se, dez anos depois do início da concessão, que um dos mais ricos trechos do litoral da Região dos Lagos, onde estão as praias do Peró e Conchas, não está no cronograma prioritário para saneamento. O local já conta com condomínios, pousadas e, além dos antigos, está para receber um novo hotel de quase cem unidades. Isso tudo é um risco para poluir a praia que é apontada pelo Inea como a mais limpa do estado — disse o ambientalista Paulo Maia, presidente da ONG Aves & Cia.

A região do Peró já conta com um projeto para instalação de rede de captação de esgotos, com obras orçadas em R$ 8 milhões, que vão interligar a área a Elevatória do Guriri. A comissão de saneamento do CILSJ já está de posse do projeto e vem discutindo com o município os meios para viabilizar as obras junto com o próximo pacote de investimentos.


— A rede separativa da região do Peró não é somente importante como relativamente fácil de ser feita devido a facilidades do terreno. É incrível que até hoje o local não tenha sido contemplado com investimentos dez anos depois do início da concessão — lamentou o engenheiro Marcelo Haddad.
O biólogo marinho Vinícius Padula, que descobriu na Praia das Conchas dezenas de animais marinhos (nudibrânquios), alguns desconhecidos da ciência, lamentou a falta de ações para evitar que a poluição das praias que sofrem diretamente a ação da ressurgência (fenômeno oceanográfico que consiste na subida de águas profundas, muitas vezes ricas em nutrientes, para regiões mais superficiais do oceano, favorecendo a pesca).

— A costa que vai das Conchas ao Pontal, ente Cabo Frio e Búzios, é única na costa brasileira devido ao seu formato, águas claras e vegetação de restinga preservada. É fundamental mantermos ela sem esgotos, limpa, sem lixo, para que as espécies que ali vivem não desapareçam e ela continue esse presente para quem frequenta — disse o biólogo.

O secretário-executivo do CILSJ, Mário Flávio Moreira, disse que o assunto preocupa os membros do consórcio e que estará na pauta da reunião desta terça-feira.

Fonte: http://oglobo.globo.com/ (BRUNO AMORIM E PAULO ROBERTO ARAÚJO)
Categorias: Meio Ambiente

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