Acordo de cooperação técnica entre Prolagos e Coppe/UFRJ vai desenvolver estudo inédito sobre a Lagoa de Araruama

Proposta de estudos de hidrodinâmica ambiental para suporte e planejamento de intervenções na Lagoa de Araruama, em curto, médio e longo prazos, tem como finalidade criar um sistema de simulação computacional para mostrar a resposta da lagoa a cada ação proposta


Uma reunião técnica promovida pela Prolagos no auditório da Universidade Veiga de Almeida, em Cabo Frio, com a participação de especialistas da UFRJ, UFF, secretários de meio ambiente, pescadores, representantes dos órgãos ambientais, pesquisadores, Consórcio e Comitê Lagos São João, apresentou uma proposta de estudos de hidrodinâmica ambiental para suporte e planejamento de intervenções na Lagoa de Araruama, em curto, médio e longo prazos.

O trabalho será desenvolvido pela Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos (COPPETEC), ligada à COPPE UFRJ, por meio de acordo de cooperação técnico-científica e custeado pela concessionária. A inciativa tem como finalidade criar um sistema de simulação computacional para mostrar a resposta da Lagoa de Araruama a cada ação proposta.

O coordenador do projeto, Paulo Cesar Rosman, Ph.D. em Engenharia Costeira e professor titular do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Escola Politécnica/UFRJ, tem larga experiência em hidrodinâmica ambiental, modelagem computacional de circulação hidrodinâmica em corpos de água com superfície livre, controle de poluição e qualidade de água, processos sedimentológicos, obras costeiras e fluviais, dragagens, emissários submarinos e lançamento de efluentes. O especialista explica que apesar de já terem sido desenvolvidos diversos estudos sobre a Lagoa de Araruama, esse será o primeiro com medições em diferentes parâmetros simultaneamente em vários pontos da laguna.

“É uma novidade total o que está sendo proposto pela Prolagos. No estudo hidrodinâmico, a gente caracteriza a situação atual e, a partir daí, simula hipóteses de melhoria, como a dragagem de uma área assoreada que está impedindo a boa circulação da água e verifica se essa medida gera o resultado esperado. O programa nos permite avaliar diferentes cenários. Podemos, por exemplo, ver o que acontece se houver diminuição de carga, passando as estações para tratamento terciário ou a retirada de carga, fazendo a transposição de bacias, transferindo o lançamento de efluente tratado do corpo lagunar para outra bacia hidrográfica; outra hipótese é a abertura de novos canais. Existem várias alternativas para serem analisadas. Todas essas intervenções custam muito e é interessante ter um instrumento de gestão que dê suporte à tomada de decisão para a escolha de ações que realmente gerem o resultado desejado e tragam um benefício maior para todos” - comenta Rosman.

Segundo o presidente da Prolagos, Sérgio Braga, a concessionária está comprometida em buscar soluções técnicas que de fato contribuam para a recuperação dos pontos da lagoa mais prejudicados.

“A Lagoa de Araruama foi citada recentemente em um seminário, promovido pela Associação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, como exemplo bem-sucedido de recuperação de um ecossistema que se encontrava praticamente morto e se recuperou em função dos investimentos em esgoto. Logo, muito se avançou em termos de preservação ambiental. Mas ainda há locais prejudicados pela baixa renovação da água, pelo acúmulo de resíduos de anos de lançamento de esgoto in natura ou pela proliferação de algas em consequência desses fatores" - disse, complementando:

"A Prolagos nunca se limitou às obrigações do contrato e vem tomando diversas iniciativas, envolvendo o Poder Concedente, a sociedade civil organizada e a população, inclusive os pescadores, na busca de soluções de melhoria técnica e efetiva para esse ecossistema. Buscamos e colocamos à disposição da região profissionais altamente qualificados, integrando com as comunidades científica e ambiental da região e também com quem vive e conhece a lagoa, que são os pescadores. Logo, as propostas virão a partir do diálogo, em um ambiente construtivo para que a lagoa, que hoje já é referência, esteja plenamente saudável” - diz Sérgio Braga. 

Após a conclusão, o documento será compartilhado com representantes dos governos Federal, Estadual e Municipal e Consórcio Intermunicipal Lagos São João para que tenham subsídios técnicos para definirem suas ações em prol da Lagoa de Araruama.

Categorias: Meio Ambiente

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