Dois policiais do GAT - Grupamento de Ações Táticas da PM foram baleados na manhã desta quarta-feira (4), na Boca do Mato, em Cabo Frio, durante uma que acontece durante todo o dia, envolvendo Ministério Público e Polícia Militar, no combate ao tráfico de drogas na região. O sargento e o cabo feridos numa troca de tiros com criminosos foram levados para o Hospital Central de Emergência (HCE), estão fora de perigo.
Um deles, atingido na perna, foi levado de helicóptero para o Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo, onde permanece internado.
O policiamento está reforçado na região do confronto e buscas estão sendo realizadas aos criminosos.
A operação também acontece em São Pedro da Aldeia, onde PM e agentes da 3ª Promotoria de Justiça e Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) busca prender traficantes e cumprir mandados de busca e apreensão domiciliar e em unidades penitenciárias nas quais alguns dos denunciados já estão presos.
De acordo com as investigações realizadas pela 125ª DP, desde dezembro de 2015, eles se associaram para a prática do comércio ilícito de entorpecentes no município aldeense. Com a colaboração de adolescentes infratores e o uso de armas de fogo, o grupo é vinculado a uma facção criminosa que atua, predominantemente, no bairro São João. Há indícios ainda de que o bando tenha ligação com o tráfico de drogas no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, na capital.
Na operação, serão cumpridos mandados de prisão expedidos em nome de dez denunciados. Os mandados de busca e apreensão serão cumpridos em 20 endereços, incluindo as celas de sete denunciados que já estão presos.
"Colheu-se prova indiciária no sentido de que alguns denunciados, mesmo custodiados, deram continuidade às práticas criminosas, por meio de uso de celulares, situação que infelizmente é uma rotina dentro do sistema penitenciário brasileiro", diz a decisão proferida pela 2ª Vara de São Pedro da Aldeia.
"UNIDADES PENITENCIÁRIAS SÃO ESCRITÓRIOS A SERVIÇO DA CRIMINALIDADE"
No mesmo sentido, a denúncia do MPRJ narra que a associação contava com membros inseridos no sistema carcerário estadual. "Unidades penitenciárias funcionavam como verdadeiros escritórios a serviço da criminalidade, sendo certo que os denunciados se comunicavam precipuamente por meio de linhas telefônicas, havendo verdadeira repartição de funções", destaca o documento.
Na denúncia, o MPRJ ressalta que a quadrilha empregava violência e grave ameaça contra grupos rivais de bairros em que o tráfico de drogas era exercido por uma facção rival. Ainda de acordo com o documento, armas de fogo eram utilizadas como meio de intimidação coletiva e prática de crimes de homicídios tentados e consumados.
O MPRJ requer que eles sejam condenados pelo crime de associação para o tráfico de drogas que prevê pena de 3 a 10 anos de prisão e multa. A pena pode ser aumentada pelo fato de o crime ter o envolvimento de menores e de ter sido praticado com violência, grave ameaça e emprego de arma de fogo.