COLUNISTA RC24H/ MARISTELA OLIVEIRA: Neurociência e a aprendizagem

"A neurociência propõe a união das bases biológicas, sistema nervoso, normal e patológico, especialmente a anatomia e fisiologia do cérebro para uma melhor forma de aprendizagem e desenvolvimento educacional"


A emoção interfere no processo de retenção de informação. É preciso motivação para aprender. A atenção é fundamental na aprendizagem. O cérebro se modifica em contato com o meio durante toda a vida. A formação da memória é mais efetiva quando a nova informação é associada a um conhecimento prévio. Para algumas pessoas, essas afirmações podem não ser inovadoras, seja por causa da sua experiência em sala, seja por ter estudado Jean Piaget (1896-1980), Lev Vygotsky (1896- 1934), Henri Wallon (1879-1962) e David Ausubel (1918-2008). A novidade é que as conclusões são fruto de investigações neurológicas recentes sobre o funcionamento cerebral.

A neurociência propõe a união das bases biológicas, sistema nervoso, normal e patológico, especialmente a anatomia e fisiologia do cérebro para uma melhor forma de aprendizagem e desenvolvimento educacional. Para isso é importante utilizar técnicas que melhorem a aprendizagem desde a infância, a fim de que as crianças e adolescentes possam aprender sem ter grandes desgastes físicos e cerebrais.

Muito se fala hoje em dia sobre os problemas que surgem nas escolas a cerca de alunos que não querem copiar, que não sabem nada do conteúdo ou mesmo atrapalham a aula e dizem que não gostam de estudar. Como foi dito acima, é preciso intervir logo na infância para que os problemas não apareçam ou não evoluam a tal ponto que seja mais difícil o acompanhamento.

Vale ressaltar que dificuldades de aprendizagem podem ser em decorrência de condições socioeconômicas desfavoráveis, sem incentivo dos pais, sem um ambiente familiar tranqüilo, problemas na proposta pedagógica, capacitação do professor. Mas, o que vem a ser dificuldade de aprendizagem? Será que é uma dificuldade ou transtorno?

As dificuldades de aprendizagem aparecem quando algo externo atrapalha. Tanto os pais quanto a escola precisam estar atentos a qualquer fator que possa desencadear inadequações onde antes não havia nada. Já quando se percebe que não existe nada externo modificando o comportamento, um transtorno pode estar instalado e precisa ser investigado através de uma avaliação multidisciplinar (neurologista, fonoaudiólogo, psicólogo, psicopedagogo, e outros) e por meio de exames específicos descobrir a causa e intervir o quanto antes.

No próximo artigo, falaremos sobre alguns transtornos, profissionais capacitados e possibilidades de intervenções. Lembrando que o cérebro desenvolve a razão a partir dos 12 anos e a emoção dos 9 anos. Não devemos exigir que as crianças façam ou tenham habilidades fora de seu desenvolvimento cognitivo, pois cada ser é único.

 

*Maristela Oliveira – Professora e Psicopedagoga, Especialista em “Estudos da Língua Portuguesa”,  Pós-graduanda em Neuropsicopedagogia Clínica e Reabilitação Cognitiva (Instituto Sinapses). Contatos: Tel/whatsapp (22) 99232-3366 – e-mail:maristelapsiconeuro@gmail.com

Categorias: Comportamento

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