Moradora de Cabo Frio alega ter sido agredida por policial na porta da 126ª DP

No registro da ocorrência, policiais citados afirmam que a mulher estava alcoolizada e teria os desacatado, chegando a arremessar uma lata de cerveja nos agentes


Um jovem de 24 anos, moradora do Braga, em Cabo Frio, alega ter sido agredida por um policial na 126ª DP no momento em que foi à delegacia registrar uma tentativa de estupro ocorrida na madrugada desta quinta-feira (10).

De acordo com o relato, ela encontrou a 126ª DP e Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM) fechadas, e começou a filmar a situação com o celular, narrando o que ela classificou como descaso. Ainda segundo a mulher, um policial que estava no interior da 126ª DP percebeu a ação, saiu da delegacia e teria começado uma discussão com ela. Na sequência, ela teria tomado uma 'gravata' e teve seu celular apreendido. Segundo a denunciante, um outro policial teria chegado ao local e quebrado o aparelho.

Nesta sexta (11), a mulher registrou a tentativa de estupro e a agressão do policial na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM), e será ouvida novamente na próxima segunda-feira (14). Após sair da delegacia, a jovem foi até o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) de Cabo Frio relatar o caso.

No boletim de ocorrência (12602219/2018), os policiais citados afirmaram que a mulher estava alcoolizada e teria os desacatado, chegando a arremessar uma lata de cerveja nos agentes. Ainda de acordo com os policiais, a mulher chegou a receber voz de prisão, mas teria fugido correndo da delegacia.

Segundo Marcello Braga, delegado titular da 126ª DP, a denunciante estava alterada e "não foi agredida pelos policiais, apenas contida para não quebrar a delegacia":

"Ela estava alcoolizada e fora de si. Não tinha condições de ser ouvida. Uma testemunha que viu todo o ocorriido foi ouvida e corroborou a versão dos policiais. Ela foi encaminhada à DEAM para fazer o registro lá, em razão da matéria. Todos foram ouvidos e encaminhados ao IML para exame de corpo de delito. O procedimento referente ao desacato e resistência será encaminhado ao Juizado Especial Criminal (JECRIM)" - esclareceu.

A vítima da tentativa de estupro confirmou ter ingerido bebida alcoólica antes de tentar registrar o caso na delegacia, mas negou qualquer tipo de desacato aos policiais:

“Eu estava voltando de uma festa por volta das 3h30 de quinta-feira (10) quando um homem me puxou para dentro de um matagal ao lado do Hotel Acapulco, que fica próxima da minha casa, no Braga. Eu fingi que meu celular era uma arma, gritei que ia atirar, e consegui fugir correndo. Tentei ligar para o 190, mas como não consegui, fui até a delegacia de Cabo Frio. Chegando lá, estava tudo fechado. Bati no vidro e nada. Decidi pegar meu celular para registrar o descaso, pois sei que tenho esse direito, e um policial que estava lá dentro veio e começou a discutir comigo. Do nada, ele me deu uma gravata e me derrubou no chão. Neste momento, um outro policial veio e quebrou meu celular. No final das contas, não conseguiu fazer registro e eles ainda alegaram desacato. Consegui escapar ilesa do estuprador, mas voltei para casa cheia de escoriações após ter sido agredida pelo policial. Eles disseram que eu estava bêbada e desacatei eles, o que é mentira. Eu realmente consumi bebida alcoólica na festa da qual estava vindo, mas não estava alterada e muito menos faltei com respeito aos policiais” – relatou a jovem.

Um motorista de táxi que presenciou o ocorrido prestou depoimento, e pode ser chamado novamente para ajudar a elucidar o caso.

Categorias: Cabo Frio Polícia

Fotos da notícia




Outras notícias