Dias atrás, moradores do Parque Tamariz estavam intrigados com a presença de agentes de saúde pelas ruas do bairro, em Iguaba Grande, já que não era uma situação comum por ali e ninguém tinha sido avisado das tais visitas que os agentes de combates a endemias fariam pelas casas da comunidade. Desconfiados por causa da violência na cidade, preferiram não abrir suas portas antes de confirmar a situação. E não é que que os moradores estavam certos da desconfiança? Os suspeitos estavam era querendo aplicar golpes ou até mesmo roubar as residências. Contudo, graças ao WhatsApp eles não só confirmaram que tais visitas eram mentira como também alertaram os outros moradores sobre o caso.

Esse exemplo é um dos vários que mostram que a tecnologia quando bem usada é ferramenta indispensável ao cidadão.

E houve outras situações ruins que foram evitadas graças aos grupos de WhatsApp - muito bem organizados, por sinal - que são conectados entre si e o Conselho Comunitário de Segurança (CCS) de Iguaba. "Semana passada houve uma tentativa de invasão a residência, mas conseguimos agir rápido, acionamos a polícia e deu tudo certo: não conseguiram cometer o crime", disse a presidente do CCS iguabense Zane Machado.

Ela explica que os grupos de WhatsApp - em número de 15 até o momento - foram criados este ano e já fazem toda a diferença no dia a dia da comunidade, segundo Zane, com diminuição de crimes principalmente. "Por exemplo, um vizinho que presencia uma atitude ou movimentação suspeita na rua pode avisar sobre o ocorrido no grupo. Com isso, os demais moradores do entorno ficam em alerta e mais precavidos naquele momento", disse Zane.

Ao mesmo tempo, os grupos de WhatsApp podem ser eficazes para chamar atenção para atitudes dos próprios vizinhos que podem gerar problemas de segurança. Por exemplo, se alguém sai e acidentalmente deixa o portão do prédio ou da casa abertos, o vizinho que mora do outro lado da rua pode avisar no grupo sobre o ocorrido.

"Iguaba é uma cidade pequena, todos se conhecem e mesmo assim aquelas ondas de boato sempre aparecem. Até isso diminuiu por causa do aplicativo", complementou a presidente do CCS.

Mas isso só funciona porque, conforme frisou Zane, os moradores que participam dos grupos estão totalmente focados na missão, ou seja, comprometidos em usar o WhatsApp do grupo com a função de aumentar a segurança e promover melhorias na qualidade de vida do iguabense, seja na infraestrutura (saneamento, limpeza), saúde, educação ou segurança pública.

Atualmente são 15 grupos participantes, divididos por bairros ou grupos de bairros. E, importante citar, há um grupo formado apenas pelos administradores dos demais grupos, com o objetivo confirmar uma informação e distribuí-la aos demais, para evitar justamente os boatos.

"A partir disso discutimos o que fazer. Cada bairro recebe uma reunião do CCS, juntamente com representantes do poder legislativo, prefeitura e segurança pública, e que estes possam ver de perto a necessidade daquela comunidade. São muitas coisas simples que podem ser resolvidas rapidamente. A medida veio em boa hora", acrescentou Zane.

O recurso ajuda, mas não faz milagre. "Ainda há muito o que fazer pela cidade. Estamos no início mas já deu tão certo que que conseguimos acabar com os boatos na cidade, sabemos o que realmente acontece. Com isso as comunidades se sentem mais seguras, todos no mesmo foco. O grupo veio pra somar", enfatizou a presidente do CCS de Iguaba.

Os moradores que ainda não conhecem como trabalha o grupo podem entrar em contato pelo telefone (22) 99961-2121.