Fundador do Museu do Surf de Cabo Frio se recupera de um AVC

Telmo Moraes ficou dois meses internado e agora tenta retomar a rotina com seções de fisioterapia e fonoaudiologia


Ele está ansioso para voltar ao comando do Museu Internacional do Surf de Cabo Frio (MIS). Aos 65 anos, Telmo Moraes surfou muitas ondas perigosas, mas há três vezes sofreu uma queda. Vítima de um AVC, ele ficou internado dois meses no Hospital Lourenço Jorge, no Rio, e há um mês se recupera, com seções de fisioterapia e fonoaudiologia, na casa do filho, o surfista Caio Teixeira, na Praia da Macumba, no Rio. Caio está no México, disputando um campeonato internacional de surf.

Natural do Rio, Telmo Moraes passou por São Paulo, mas abraçou Cabo Frio em 1978, quando começou a sentir os efeitos da violência na capital fluminense. Apaixonado pelas ondas, ele começou sua coleção de pranchas com 50 modelos, até chegar a 823 relíquias que estão expostas no MIS, que até a semana passada tinha recebido mais de 200 mil visitantes.

"Estou me recuperando bem, mas estou triste. Quero voltar logo para Cabo Frio e retomar meu dia-a-dia no MIS, mesmo que sentado numa cadeira. Todos os dias recebe, pelo WhatsApp, notícias e imagens do museu, mas não é a mesma coisa" – lamenta.

Foi no MIS que Telmo sentiu os primeiros sinais do AVC. Foi levado para casa e depois para a UPA de Cabo Frio. Lá diagnosticaram mal estar. Passou mal em casa de novo, voltou à UPA e depois foi para a casa do filho surfista, no Rio. Ele recorda que foi muito bem tratado no Lourenço Jorge.

"Os médicos me recomendaram a evitar aborrecimentos, mas o museu é minha casa. Foi um sonho que realizei. Quero voltar logo para terminar o projeto de abertura de um bar temático, telões e um cinema que vai exibir filmes sobre o surf" - detalhou.

Telmo surfou até os 63 anos. Morador do Peró, ele sente falta dos amigos e, mesmo se recuperando do AVC, não pára de garimpar pranchas. Do Rio já mandou uma para Cabo Frio e tem outras duas para enriquecer o acervo do museu:

"Meu filho comprou na Califórnia uma prancha de um metro de comprimento, dos anos 70, uma raridade. Vai comigo para o museu" – comemora a nova aquisição.

No Rio, Telmo se divide entre os tratamentos, caminhadas na pracinha próxima à Praia da Macumba e os programas de TV. Uma tortura para o irrequieto Telmo:

"Estou com dificuldade para andar, mas a cabeça está a mil, cheia de projetos".

O surfista veterano não tem notícias do momento político delicado de Cabo Frio, mas sustenta que seus projetos são apolíticos:

"O MIS, mesmo incompleto, é hoje o local mais visitado de Cabo Frio depois da praia. Vai ganhar mais vida com o bar temático e os telões. Não acredito que os próximos prefeitos, seja lá quem for, vá virar as costas para um produto turístico como este" – prevê Telmo Moraes.

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