BOCA MIÚDA: Os bastidores da política na Região dos Lagos nesta quarta-feira (25)

Marquinho diz que é candidato sim!; O clima pré-eleitoral em Cabo Frio; A situação jurídica dos prefeitos de Iguaba Grande, de Búzios e Araruama; E muito mais...


NÃO TEM PLANO B

Não é blefe! Aquela história que não há plano B para o grupo de Marquinho Mendes parece ser mesmo séria. Apesar da Justiça ser bem clara ao afirmar que o candidato que deu causa à nova eleição, além de ter que arcar com os custos, não poderá concorrer na mesma. Mas não é esse o entendimento de Marquinho e os advogados dele. Até o momento, MM bate o pé e afirma que ele vai disputar a eleição para prefeito de Cabo Frio sim. Ele não abre mão disso e Dr. Magno afirma que há essa possibilidade. Pensando bem, existe mesmo, judicializando a eleição novamente e arrastando o processo com recursos sobre recursos. E por falar em Marquinho Mendes, ele acompanhou o julgamento do TSE de um hotel em Brasília e, nesta quarta-feira (25), enquanto estava fora da cidade, não se falava em outra coisa, a não ser na cassação do mandato dele. Tentamos, aliás, falar com Marquinho Mendes e Dr. Carlos Magno várias vezes, mas não tivemos sucesso.

 

ATÉ JINGLE JÁ ESTÁ ROLANDO

Mas, se é para ter eleição, que comece já. Enquanto alguns grupos por aí seguem esperando a publicação do acórdão do TSE, ou ainda discutem qual será o nome do pré-candidato, o de Marquinho Mendes já está com a campanha na rua e com sangue nos olhos para ganhar a disputa. Hoje, na hora do almoço, algumas pessoas receberam simultaneamente o jingle “Marquinho oh¹",  no whatsapp. Aliás, no zap, até um grupo chamado "Rumo à Vitória" foi criado com o objetivo de motivar aqueles que fazem parte do governo. Uma coisa é certa, estão com gana.

 

 

NENHUM MOMENTO DE PAZ

Verdade seja dita, desde que assumiu a Prefeitura de Cabo Frio, Marquinho Mendes, não teve uma semana de calmaria. Foram desgastes sobre desgastes: nepotismo; supersalários; MM foi pivô do julgamento da aplicação da lei ficha limpa e do foro privilegiado; Operação Basura, da Polícia Federal; bloqueio das contas pessoais; arrestos nas contas da Prefeitura; greves de servidores; protestos por conta de salários atrasados; manifestações contra o governo; e por aí vai. Em 16 meses de governo, ou seja, 1/3 do mandato, Marquinho Mendes não pode dizer que teve sequer uma semana de paz. E a tempestade culminou na cassação do mandato dele. 

 

 

CLIMA PRÉ-ELEITORAL

O clima pré-eleitoral há meses ainda era velado, agora está claro como a luz do dia. Horas após o resultado do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os pré-candidatos começaram a se pronunciar nas redes sociais. Todos tentaram disfarçar o clima de comemoração, destacando que o momento é de reflexão e de mudança. Rafael Peçanha destacou que está na hora da cidade deixar o modelo administrativo atual e buscar uma nova opção. Dr. Adriano afirmou que sempre acreditou na Justiça e que aguarda as eleições. O PSOL já anunciou candidatura própria, com Leandro Cunha e professor Betinho. O deputado Janio Mendes vem sendo convencido por amigos a mudar de ideia e se lançar também candidato, mas ele diz que sua prioridade é a reeleição para Alerj. Até Alair Corrêa ensaiou uma pré-candidatura. Dá para acreditar?

 

 

IGUABA GRANDE

A situação política de Cabo Frio abriu questionamentos entre os eleitores de cidades como Iguaba Grande e Búzios, onde os prefeitos também aguardam decisões judiciais. No caso do município iguabense, o que está em jogo é o registro de candidatura da atual prefeita, Grasiella Magalhães. Ela perdeu na primeira instância, perdeu no TRE do Rio e também no TSE. Ela está no mandato, por conta de uma liminar dada pelo ministro Ricardo Lewandowski, até que se julgue o Recurso Extraordinário dela, que está pronto para ser julgado a qualquer momento. O caso dela é uma inelegibilidade reflexa, ou seja, inelegibilidade por terceiro mandado familiar consecutivo, que é proibido pela Constituição Federal. Essa é a questão que está em julgamento e está preste para ser decido. A expectativa é que entre na pauta do STF nos próximos meses.

 

 

ARMAÇÃO DOS BÚZIOS

Já em Armação dos Búzios, André Granado enfrenta um Recurso Contra Expedição de Diploma (REspe 2498), em que o Ministério Público entrou com ação contra a diplomação do prefeito, alegando que ele estava inelegível por conta de condenação por ato de improbidade administrativa em segundo grau. Essa condenação ocorreu entre a data do registro e a eleição de 2016. Essa ação já foi julgada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e André Granado perdeu, foi cassado por unanimidade e está no mandato, aguardando o julgamento do recurso contra essa decisão no TRE. O processo já subiu para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujo relator é o ministro Tarcísio Vieira de Carvalho Neto. A expectativa é que o julgamento desta ação também ocorra nos próximos meses.

 

 

ARRAIAL DO CABO E SÃO PEDRO

As cidades que não passam por instabilidade política são: Arraial do Cabo e São Pedro da Aldeia. Nas duas, os prefeitos não enfrentam problemas judiciais. No município cabista, a expectativa é por conta da votação das contas do ex-prefeito Andinho, pela Câmara de Vereadores. Aliás, Arraial passa por calmaria hoje, porque já enfrentou instabilidade política provocada pelos processos que culminaram na cassação do mandato do ex-prefeito. Já em São Pedro da Aldeia, o imbróglio político fica por conta do impasse entre o Executivo e o Legislativo, no caso do desmembramento do pólo industrial, para a instalação da Remu.

 

 

BOM FICAR DE OLHO

De qualquer forma, é bom o eleitor aldeense ficar atento, pois tem cidadão de olho nas eleições municipais, que é ficha suja, já teve o mandato cassado quando era vereador, e anda dizendo que será candidato a prefeito de São Pedro da Aldeia em 2020, nem que para isso tenha que judicializar o processo eleitoral. Então, caro eleitor, veja o exemplo da vizinha Cabo Frio e não caia nesta armadilha.

 

 

ARARUAMA

A prefeita de Araruama, Lívia Bello, também responde processo na Justiça. Trata-se da Ação de Investigação Judicial, que pede a cassação de diploma e do registro dela e do vice, Marcelo Amaral, por fraude eleitoral. Os dois chegaram a ser condenados em primeira instância, mas venceram na segunda instância. Nem todos os especialistas em direito eleitoral acreditam que Lívia perca o mandato neste processo. Muitos apostam que ela conseguirá vencer a ação e fica no mandato até o fim.

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