A elaboração do Plano de Cultura de Cabo Frio continua gerando debates acalorados na cidade. Algumas pessoas do meio artístico cabo-friense estão se manifestando contrárias a determinadas decisões da atual gestão da Secretaria de Cultura do município, criticando pontos sobre a formulação do Plano Decenal de Cultura e a realização da IV Conferência Municipal de Cultura, que ocorre no dia 3 de maio, das 14 às 20h, no Teatro Municipal Inah de Azevedo Mureb.
Um dos mais insatisfeitos é José Facury, ex-secretário de Cultura de Cabo Frio e que deu início ao projeto de criação de um plano de Cultura para o Município, elaborado por anos junto ao meio artístico local, mas que não foi levado adiante após sua saída do cargo de secretário.
De acordo com Facury, além de engavetar o plano deixado praticamente pronto por sua gestão, a atual equipe da Secretaria de Cultura resgatou o projeto de forma equivocada, sem seguir os parâmetros necessários:
“Cabe ressaltar que esse plano não seguiu as diretrizes do Sistema Nacional de Cultura, que começa com uma chamada pública para a formação de uma comissão paritária que, de posse das demandas dos Fóruns e Conferências, compõe as propostas destes, fórmula o plano entre os prazos, metas e plano de aplicação. Em seguida, essas propostas devem ser remetidas ao crivo da plenária anterior, de onde será encaminhada ao Conselho que o remete à aprovação da Câmara Municipal. Entre plágios e omissões, o atual Plano Decenal de Cultura foi feito no gabinete da Secretaria de Cultura, passado ao Conselho e encaminhado à Câmara, de onde o vereador Miguel Alencar puxou a chamada pública, levantando as sugestões e críticas. Se a Câmara não criar uma comissão notória e democrática para enxugar o Plano Decenal de Cultura de Cabo Frio, ele será uma peça capenga” – decretou Facury.
Com relação à IV Conferência Municipal de Cultura, que será promovida no dia 3 de maio, Facury também não poupou críticas:
“Para começo de conversa, não se trata da quarta conferência, e sim a terceira. No entanto, existem pontos mais grave. Além de não ter sido convocada com a participação da sociedade civil ou o conselho que está em processo de eleição, também há a falha de ter sido marcada no mesmo dia e horário da Conferência Regional da Baixada Litorânea, agendada previamente pela Secretaria Estadual de Cultura em São Pedro da Aldeia. Trata-se de uma atitude grosseira e irresponsável, que vai de encontro a todas ações integradas que almejamos na região e no Estado. Eu, como Conselheiro Estadual de Cultura, só tenho a lamentar” - disparou.
O Portal RC24h entrou em contato com a Secretaria de Cultura de Cabo Frio, que através de nota, se limitou a desmentir as acusações de Facury, afirmando que “segue todas diretrizes do Sistema Nacional de Cultura na elaboração do Plano”.