Apesar de diversos estados terem aprovado o fim da greve dos Correios, deflagrada na segunda-feira (12), e o retorno aos trabalhos a partir desta quarta-feira (14), no Rio a paralisação continua. A decisão foi tomada após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgar o impasse sobre o plano de saúde dos empregados. O TST decidiu que 80% da força de trabalho da empresa estatal deveria voltar a seus postos, e, por isso, a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) resolveu encerrar oficialmente a greve.
Nesta quinta-feira (15), os funcionários dos Correios do Rio vão se reunir em assembleia, às 11h, para decidir o fim da greve. Ronaldo Martins, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro (Sintect-RJ), informou, porém, que o estado de greve vai continuar.
- Por orientação do setor jurídico do nosso sindicato, vamos decidir pelo retorno ao trabalho, mas manteremos o estado de greve.
Martins acrescentou que o sindicato vai recorrer da decisão do TST. "A decisão da justiça é favorável para os empresários, não para o trabalhador. Com o salário baixo que a categoria recebe é inviável pagar mensalidade no plano de saúde. O que acontece nesse momento, é uma ofensiva da política neoliberal do golpista Michel Temer e seus aliados no poder, que desde o início atacam os trabalhadores com retirada de direitos e sucateiam o patrimônio público", disse Martins.
Pedro Silva, coordenador de comunicação do Sintect-RJ, explicou que a independência entre os estados faz o fim da greve ser diferente em cada local.
- Cada estado é independente para organizar suas assembleias e decidir o fim da greve. Desde terça que colegas de outros locais já retornaram às suas fonções. Nós vamos fazer isso na quinta-feira, em assembleia na Cidade Nova - finalizou.
Conforme a categoria, apesar de os trabalhadores terem recuado da greve nesse momento, é possível que outras paralisações ocorram durante o ano contra movimentos de privatização da estatal e também durante o mês de julho, quando se iniciam as negociações de reajuste salarial dos trabalhadores dos Correios.