INTERVENÇÃO FEDERAL: Deputados da Região dos Lagos estão preocupados com reflexos no interior do Estado

Para Janio Mendes, Cabo frio já sente os efeitos da repressão do Exército na capital, com os últimos episódios de violência em Tamoios


Os deputados estaduais Janio Mendes e Silas Bento estão preocupados com os reflexos da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, no interior do Estado. O decreto aprovado na segunda (19), pelo Congresso Nacional, foi pauta de reunião da Comissão de Segurança da Alerj, realizada na tarde desta terça-feira (20), da qual participou Janio Mendes.

 

De acordo com ele, a comissão vai mandar um convite ao general do Exército Walter Souza Braga Netto, para que o mesmo se reúna com os parlamentares para tratar da intervenção. O deputado quer saber qual é o plano das forças armadas, para impedir a migração da criminalidade para as cidades do interior. Para Janio, Cabo Frio já sente os efeitos da intervenção federal, sobretudo no distrito de Tamoios, onde as ocorrências criminais aumentaram muito no último fim de semana.

 

“A capital vai demorar para sentir os efeitos da intervenção federal, mas o interior já está sentindo. É impossível não associar o estouro da criminalidade em Tamoios com a repressão que ocorre no Rio de Janeiro. A fuga da criminalidade para o interior é fato e já aconteceu em outras épocas, mas que sempre foram camufladas pelos governantes. Nesta intervenção tem que ter um plano para o interior”, disse o deputado.

 

Janio acredita que não é o momento para ser contra ou a favor da intervenção federal, já que o decreto foi aprovado pelo Congresso Nacional e ela já está em vigor.

 

“Temos que fazer um esforço para que tudo funcione e dê certo. O fato é que acabou o governo estadual. O governador assumiu publicamente que não tem condições administrar o Rio de Janeiro. O certo seria o governo federal fazer intervenção em todo o Estado, mas para isso teria que entrar com dinheiro, graças à crise financeira. Então, decidiu-se intervir só na segurança pública. Temos que ficar atentos para que o estado democrático de direito seja mantido e que não haja abusos”, destacou Janio Mendes.

 

Para o deputado Silas Bento, era inevitável que uma medida austera e extrema fosse tomada, diante do crescimento da criminalidade e da insegurança em todo o Estado. Porém, a migração de criminosos para o interior, fugindo da repressão das forças armadas, tem que ser discutida.

 

“Eu vejo com muita preocupação esse aspecto da intervenção federal. O Estado não conseguiu garantir a segurança pública. A população do Rio de Janeiro não suportava mais ver crianças, mulheres grávidas, policiais, cidadãos e cidadãs de bem perderem as vidas, vítimas de bala perdida, consequência dos conflitos urbanos que fazem parte do cotidiano da cidade do Rio. A desconfiança toma conta de considerável percentual de membros da sociedade fluminense com relação a intervenção no que diz respeito ao cunho político. Mas temos agora que esperar e participar dos debates para saber dos resultados dessa medida. Eu, como morador e deputado eleito pelo interior do Estado, mais especificamente pela Região dos Lagos e toda Baixada Litorânea, confesso que estou muito preocupado com a migração da bandidagem para as cidades do interior. Temos que saber do general interventor qual é o plano para o interior e no mais, fazer grande esforço para que os efeitos da intervenção sejam positivos”, finalizou o deputado.

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