Colunista RC24h - Marcia Jeovani: PENSANDO NAQUELES QUE CUIDARAM DE NÓS

'Dei entrada na Alerj no projeto de lei que institui incentivo fiscal às empresas contratantes de trabalhadores na terceira idade'


Em um dos seus contundentes discursos ao visitar o Brasil, o Papa Francisco alertou a sociedade que devemos cuidar, com maior zelo e dedicação, dos dois lados opostos da linha da vida: as crianças e os idosos.

Tendo em mente, especialmente, a atenção que convém dispensar a quem ainda possui o que oferecer em termos de trabalho e produção, apesar dos preconceitos existentes no que tange à idade provecta, dei entrada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) no projeto de lei que institui incentivo fiscal às empresas contratantes de trabalhadores na terceira idade — com o evidente objetivo de estimular a inserção dos idosos no mercado de trabalho e capacitação profissional. 

A faixa de idosos da população brasileira passou por significativo aumento no Brasil e, ao mesmo tempo, houve crescimento da projeção da expectativa de vida e consequente força de trabalho oferecida pela terceira idade. O número de pessoas entre 50 e 64 anos no mercado formal de trabalho cresceu cerca de 30% entre 2010 e 2015. Também, nesse mesmo período, foi registrado expressivo crescimento de quase 59% na participação de trabalhadores com mais de 65 anos. 

É imprescindível trazer à pauta do nosso planejamento um programa de políticas públicas que atendam às necessidades da terceira idade, assim como criar mecanismos para que esse público tenha uma velhice digna, a fim de que sejam evitados fatores de desestruturação social advindos do aumento de demandas na área da saúde e assistência social. 

Ser idoso não significa ser improdutivo. Nem incapaz. Ser idoso, ao contrário, pode significar ser experiente, oferecendo mão de obra qualificada e dignificada pelo tempo. Sim, talvez seja exatamente essa a melhor qualificação para trabalhadores idosos, aos quais queremos abrir oportunidades de atuação e produção: são aqueles que foram dignificados pelo tempo. 

Pode existir mão de obra mais qualificada do que aquela que a experiência consagra? Temos que valorizar e inserir no mercado de trabalho aqueles que já cuidaram de nós e podem ajudar ainda mais.

 

 

*Marcia Jeovani é deputada estadual na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), ex-primeira-dama de Araruama e empresária. Muito atuante na Alerj, faz parte das comissões de Defesa dos Direitos da Mulher, de Saúde, de Obras Públicas, da Pessoa com Deficiência, Assuntos da Criança, Adolescente e Idoso, Cultura e Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira.

Categorias: Opinião

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