Os nomes dos deputados estaduais Janio Mendes (PDT) e Márcia Jeovani (DEM), ambos da Região dos Lagos, apareceram em planilha apreendida no apartamento de Edson Albertassi, líder do governo na Alerj, preso na Operação Cadeia Velha, braço da Lava Jato, no mês passado. O documento, com 16 páginas, especifica 880 vagas que eram indicadas por 64 parlamentares e até secretários. Segundo a PF, a planilha indica o esquema de distribuição de cargos políticos no Estado do Rio de Janeiro.  

De acordo com a planilha, Janio Mendes tem 15 nomeações, em quatro cidades da região; Márcia aparece 11 indicações, em sete cidades; Paulo Melo, que também foi preso na Operação Cadeia Velha, tem 50 indicações, em 19 cidades do Estado. Os investigadores concluem que o documento demonstra como os parlamentares controlavam rigorosamente as nomeações de cargos no governo. A mesma planilha também servia para monitorar votos de aliados, interferir em leis ou investigações, segundo a força-tarefa.

Ainda segundo a PF, todos os 64 parlamentares que aparecem no documento votaram a favor da soltura de Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Melo, em sessão convocada após a prisão dos três, por esquema na Fetranspor, em novembro passado. 

Em nota, Janio afirma "o PDT fez parte da campanha que elegeu o governador. Na composição do governo, foi solicitada a indicação de pessoas para preenchimento de cargos em comissão na região. Dos indicados pelo deputado, os que foram nomeados exercem ou exerceram o cargo regularmente e atendem as necessidades técnicas de cada função. Constam na lista pessoas que sequer foram nomeadas ou que já pediram exoneração".

Já Márcia foi contactada pela reportagem do Portal RC24h, mas ainda não respondeu.