O Brasil vive hoje, um momento difícil no campo político e administrativo, momentos estes que, ao longo da história, tenderam sempre ao extremismo. Uns radicalizam à direita, outros radicalizam à esquerda e neste radicalismo acabamos assistindo na sociedade de um lado, a defesa da ditadura, da censura, do cerceamento da liberdade de manifestação, de expressão e de outro lado, a violação de valores, o desapego a princípios e a negação de direitos. 

É preciso que a virtude impere nesta briga da maré com o rochedo, nesta disputa de extremismos, hoje bem embalada nas redes sociais, onde vemos a sociedade descambar para diversas formas de violência. E aí a democracia começa a ficar por um fio.

Estamos assistindo, neste jogo de extremos a uma grave agressão a valores cristãos, a princípios morais. Eu defendo a arte, eu defendo a liberdade. Agora, é preciso que haja também uma compreensão clara daquilo que a gente tem estabelecido na sociedade. Eu não posso defender aquilo que viola valores, princípios e leis existentes. Eu não posso defender o uso de um símbolo religioso que para nós, católicos, é sagrado, a hóstia sagrada. A intenção do autor foi mexer no sagrado da mesma maneira que o foi quando nu, de posse de um ralador, tomou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e a desfez, tornando-a pó, em um gesto de agressão àquilo que para nós, católicos brasileiros, é sagrado e representa a imagem da padroeira do Brasil.

Chegou a hora de encontrarmos o equilíbrio nessa relação político-social. Não dá para aplaudir os que defendem o radicalismo à direita ou os que defendem o radicalismo à esquerda. É preciso encontrar o caminho e, para encontrar o caminho, é preciso primeiro que haja respeito a valores e a princípios. Todas as vezes que a transgressão de valores e princípios falta, nesses momentos, toda a sociedade perde.

Se visitarmos a história da humanidade, se visitarmos a história do Brasil veremos que nesses momentos, descambamos para ditaduras, tanto à direita, como no caso do Brasil, ou ditaduras à esquerda. E nenhuma das duas faz bem.

Não há nada mais saudável, não há nada mais dinâmico, não há nada mais perfeito do que a democracia, que, com suas imperfeições, é o melhor dos regimes. É o regime das liberdades de expressão, de manifestação cultural, de manifestação de fé, de vida harmônica em sociedade.

Que possamos viver dias melhores na sociedade, onde as pessoas caminhem com diálogo, compreensão e respeito.

*Janio Mendes é Deputado Estadual e foi vereador de Cabo Frio durante quatro mandatos, além de ser advogado pós-graduado em direito público e professor formado em Letras.