Nos momentos de aflição é que ganhamos a capacidade do pleno discernimento, porque a facilidade de percepção se aflora e isso nos inspira, quase sempre, para aquela reflexão sobre tudo, sobre todos.

A angústia da crise, por exemplo, nos abre a cabeça sobre as oportunidades perdidas, os desperdícios praticados e, sobretudo, acerca das alegrias que conquistamos e, ingenuamente, não soubemos definí-la, palpá-la, e, mais ainda, não tivemos a sensibilidade para celebrá-la.

O momento que vive o país nos inspira um aprendizado destas lições de vida. Se temos o mau humor na economia da cidade, mais ainda este mau humor se expande nas esferas estadual e federal. A velocidade do desgosto ganha as ruas porque aumenta o desemprego, se amplia o subemprego, a miséria bate à porta de milhares de famílias, a violência explode nas ruas e avenidas, ao mesmo tempo em que o aparato do serviço público se degrada a cada instante.

Mas o que fazer? Algum milagre, alguma mágica que possa mudar esta realidade de uma outra para outra? Infelizmente não. E isso, sim, é que faz exigir de cada um de nós a necessária paciência, não a submissão ou a subserviência. Mas exige que tenhamos a necessária paz para administrar o caos.

De nada vai adiantar alimentar o ódio, a agonia e a desesperança. Estamos num momento difícil. Nesta hora, a mudança começa com cada um de nós, com cada brasileiro. Paciência, fé em Deus e, sobretudo, praticar o bom senso até que esta tempestade fique para trás e possamos ter um tempo mais justo, mais igual...

Se isso for sonho, que sejamos, sim, sonhadores para a conquista de um novo que contemple a maioria do povo brasileiro. E que seja assim... Vamos torcer.

*Cláudio Moreira é empresário e presidente da Companhia de Serviços Públicos de Cabo Frio (Comsercaf)