Que coisa linda que os filhos são.

(Vinícius de Moraes)

 

Faz um bom tempo que estou na incansável batalha de prevenção contra o câncer. É uma batalha incansável porque não há tréguas. Os índices de casos vão se multiplicando a cada pesquisa e me esforço para ajudar as pessoas a terem à mão todos os arsenais possíveis a fim de se precaverem e, consequentemente, não se tornarem mais um número na fria estatística.

 

Já é conhecida a Lei Angelina Jolie, de minha autoria — que obriga o Estado do Rio de Janeiro a oferecer, através de convênios, a realização de exames de sequenciamento genético em mulheres com histórico de câncer de mama ou de ovário na família, no intuito de averiguar se há mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 — pois a mutação desses genes, que são protetores naturais contra o surgimento da doença — pode facilitar a eclosão de células cancerosas.

 

Outra área de saúde preventiva em que estou atuando, como membro da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Câncer, é na prevenção do câncer infantil. Dedicamos este mês à campanha de prevenção ao câncer infantil, chamando-a de "Setembro Dourado".

 

Tal qual ocorre nos demais casos de câncer, e em especial quando se trata do câncer infantil e juvenil, a identificação dos sintomas é fundamental para um tratamento adequado. Na campanha preconizamos que o diagnóstico precoce é o início da cura.

 

Julgamos sempre a manifestação do câncer na idade adulta algo a ser lamentado, é claro. Mas quando o câncer atinge crianças na alvorada da vida ou nos primeiros raios da juventude, consideramos muito mais chocante e desolador.

 

Crianças alegram a existência enquanto riem, brincam e se divertem. Crianças iluminam a casa. Crianças renovam os laços familiares. Crianças representam o amplo horizonte da esperança. E é de cortar o coração ver crianças em unidades hospitalares submetidas a tratamentos tão rigorosos e implacáveis.

 

Daí a minha preocupação em apoiar irrestritamente campanhas como a do "Setembro Dourado", através das quais esperamos impedir que as crianças fiquem indefesas diante desses riscos e ameaças à integridade das suas vidas.

 

Queremos nossas crianças nas escolas, nos parques e nas praças, e não em hospitais ou em leitos de tratamento médico. Vamos mobilizar o maior número de pessoas com a divulgação e conscientização a respeito da prevenção ao câncer infantil, para que tenhamos cada vez menos crianças atingidas.

 

Pode haver propósito mais dourado?

 

 

 

*Marcia Jeovani é deputada estadual na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), ex-primeira-dama de Araruama e empresária. Muito atuante na Alerj, faz parte das comissões de Defesa dos Direitos da Mulher, de Saúde, de Obras Públicas, da Pessoa com Deficiência, Assuntos da Criança, Adolescente e Idoso, Cultura e Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira.