Condutor de banana boat onde garota de 10 anos morreu, acenou e gritou várias vezes para as pessoas a bordo da lancha que causou o acidente em Cabo Frio

Soltura de responsável por morte de garotinha no fim de semana repercute de forma negativa. Responsável por embarcação na Praia do Forte e que estava no local disse que o bafômetro não foi feito e sim um teste de equilíbrio, cinco horas após a tragédia


O acidente trágico que causou a morte da garotinha de 10 anos no sábado (3) - quando a banana boat em que estava foi atingida por forte impacto de uma lancha desgovernada - está dando o que falar. O ocorrido causou indignação de muita gente, que quer resposta das autoridades sobre o porquê da soltura do condutor da lancha que causou acidente, o empresário Nostradamus Pereira, de 65 anos. Ele pilotava a lancha no sentido Arraial do Cabo - Cabo Frio e colidiu com a banana a 600 metros da faixa de areia.


Uma dessas pessoas estava na Praia do Forte, no momento do acidente, esperando a volta da banana boat. Carlos Portugal, que também trabalha com esse tipo de equipamento e tem embarcação, foi quem vendeu os ingressos para as 20 pessoas que fizeram o passeio na fatídica tarde do último sábado (3). "Ela estava toda feliz na hora em que entreguei o ingresso. Ela foi acompanhada de um rapaz que está internado em estado grave no HCE, ele teve traumatismo craniano. Assim que aconteceu a batida, o condutor da lancha da banana me passou rádio e conversamos o tempo todo", disse. 


Carlos conta que estava lá no dia porque a pessoa que vendia os ingressos da banana não tinha ido trabalhar. Ele conta que segundos antes da colisão o condutor da lancha da banana acenou e gritou várias vezes para que o piloto da outra lancha se desviasse deles.


Ainda de acordo com Carlos, o condutor da lancha que bateu na banana tentou fugir duas vezes antes de ser detido pela Capitania dos Portos. Ele se disse indignado porque não fizeram o teste do bafômetro imediatamente após o ocorrido. "Ele nem parou para fazer o socorro às vítimas que atingiu, isso é um absurdo", disse.

 

'NINGUÉM FEZ O BAFÔMETRO NO RESPONSÁVEL, APENAS UM TESTE DE EQUILÍBRIO. POR QUÊ?'


"O meu colega da lancha é que cercou ele, senão ele tinha 'metido o pé'. O que não entendo é por que não fizeram o teste do bafômetro logo após o acidente. A marinha tem esse equipamento (etilômetro). A Polícia Militar, que foi para o local também não fez. E a Polícia Civil - que assumiu o caso imediatamente após o acusado ter sido detido - também não. É muito estranho porque só fizeram um teste de equilíbrio com ele, cinco horas após o ocorrido. Omissão total dessas autoridades e eu queria respostas. Até porque se tivessem feito o teste de alcoolemia logo após o acidente, esse sujeito seria indiciado por homicídio doloso e ficaria preso. É revoltante. Vai responder apenas por homicídio culposo e ainda por cima em liberdade", contou Carlos.


Na página do Facebook, Carlos lamentou e se indignou com o ocorrido.


"A despreparada Marinha do Brasil, Polícia Militar e Polícia Civil - que estavam envolvidos no caso minutos após o acontecido, dentro da sede da Marinha em Cabo Frio, NÃO fizeram o teste do bafômetro com o condutor embriagado. Foi feito apenas um exame de equilíbrio, 5 horas após o fato. Ridículo. Por que não foi feito esse teste do bafômetro? Conversei com um marinheiro que confirmou haver o etilômetro, mas como o caso era da Polícia Civil eles não o fizeram. E novamente eu questionei: 'o caso está com a polícia agora, mas a deteção foi feita por vocês (Marinha), dentro da água, por que não fizeram?'  Não obtive resposta. Chego à triste conclusão de que a Marinha do Brasil foi omissa e despreparada para lidar com essa situação, assim como as polícias Civil e Militar, já que estavam todos envolvidos neste triste episódio, dentro da Capitania dos Portos de Cabo Frio. Fica aí a minha indignação", desabafou Carlos Portugal.

 


A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou, através de nota, que Nostradamus Pereira Coelho foi autuado por homicídio e lesõão corporal culposa (quando não há intenção de matar). Ainda de acordo com a corporação, ele foi submetido a exame ao teste do etilômetro, no IML de Araruama, mas o resultado foi negativo para embriaguez. Ele foi liberado na noite de domingo (4).


O comandante do 25º BPM, tenente-coronel André Henrique, disse que a ocorrência não foi do 25º BPM e que quem prendeu o condutor da lancha foi um militar da Capitania dos Portos.


A reportagem do Portal RC24h fez contato com a Capitania dos Portos sobre a questão do bafômetro e aguarda um posicionamento sobre o porquê do teste não ter sido feito imediatamente após a colisão.

 

 

 

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