A prefeitura do Rio de Janeiro prometeu ao Botafogo que o Engenhão estará pronto para uso a partir do fim de novembro. Com obras em andamento, o Alvinegro não confia nesse prazo e já projeta usar o estádio somente em 2015. Até lá, o clube pretende manter o Maracanã como casa oficial na delicada missão contra o rebaixamento.

 

"Falam para o Botafogo que no fim de novembro o Engenhão estará liberado, mas eu sinceramente não acredito. Viu como estão as obras no estádio? Não vamos montar um planejamento para ter nossa casa de volta e chega na hora e fala que vão atrasar. O momento não é propício e vamos deixar o Engenhão para o ano que vem", disse o diretor executivo do Botafogo, Sérgio Landau.

 

O estádio, inaugurado em 2007, passa por uma reforma necessária por problemas apresentados em sua cobertura. A prioridade do Botafogo é pedir uma indenização por conta dos prejuízos que o clube sofreu neste período em que o Engenhão está interditado. O valor não foi divulgado, mas o Alvinegro diz perder R$ 20 milhões anuais.

 

O Engenhão foi interditado após estudos encomendados prefeitura e o Consórcio Engenhão apontarem que falhas na cobertura do estádio poderiam causar o desabamento da estrutura. Uma empresa alemã, a SBP, concluiu que a cobertura poderia cair caso fosse exposta a ventos de mais de 63 km/h.

 

Após ser reintegrado, Jobson virou a principal esperança do Botafogo para evitar o rebaixamento para a segunda divisão. Ele ganhou a camisa 10 e teve que superar polêmica com a Federação de Futebol da Arábia Saudita para estear pelo Alvinegro. Mas o prestígio do atacante não parece tão grande assim após dois jogos.

 

Sem apresentar um grande futebol, Jobson poderá ser barrado pelo técnico Vagner Mancini para o clássico diante do Flamengo, na Arena Amazonas, em Manaus. Isso porque o atacante ainda carece de ritmo de jogo e não tem rendido o esperado. O treinador explica que o jogador segue em alta e explica a possível barração.

 

"Nós sabíamos que de certa forma isso poderia acontecer. Está há muito tempo sem jogar. Vou reavaliar se é melhor o Jobson ir de início ou não. Nestas condições, o atleta acaba dosando demais ou então perde confiança com a sequência de erros. Mas ele tem se esforçado diariamente e está melhorando. Sabe que o tempo parado joga contra ele", explicou o treinador do Botafogo.

 

 

Se Jobson pode parar no banco de reservas, Carlos Alberto deve fazer o caminho contrário. A experiência do apoiador é vista como fundamental para o delicado momento vivido pelo Botafogo. Assim, o jogador deverá aparecer no time titular contra o Flamengo, neste sábado.

 

"A situação do Carlos Alberto também não é a ideal, mas precisa jogar. Tem lastro para isso. Ele precisa jogar para readquirir a forma, pois tem qualidade para nos ajudar. O Ramírez estava desgastado no jogo. Mas precisa de alguém para ajudar", afirmou Mancini.

 

Após perder para o Coritiba por 2 x 0, no Couto Pereira, o time do Botafogo não volta ao Rio de Janeiro antes do clássico contra o Flamengo, no sábado, às 21h, na Arena da Amazônia, em Manaus. O glorioso, que vem de uma maratona de jogos para sair da zona de rebaixamento, seguirá direto de Coritiba para Manaus. O desafio fica ainda maior pois os jogadores terão que enfrentar o fuso horário e o calor local.

 

O desgate físico e emocional é muito grande sobre a equipe que não consegue retomar a confiaça e calma necessária para conquistar as vitórias. A Arena Amazonia trás boas lembranças para os botafoguenses, devido a vitória contra o Corinthians por 1 a 0, pela 28º rodada, última do time no Campeonato Brasileiro. Os jogadores e comissão técnica acreditam que o ambiente do estádio pode trazer sorte. O técnico Vagner Mancini criticou a equipe com relação aos erros inadmissíveis contra o Coritiba.

 

"O Botafogo está vivendo um abalado emocional muito grande, não é de hoje. A desconfiança do time acaba refletindo dentro de campo. Quando erramos um lance no jogo, o time se perde, não consegue voltar a ter o mesmo rendimento. Certos erros não têm explicação, o Aírton queria se desculpar pela expulsão, mas ele está errado, não da pra aceitar".

 

O Atacante Rogério, já tinha limpado o goleiro e preferiu se jogar, acabou sendo advertido por um cartão amarelo. São essas chances que não podemos desperdiçar, o prejuízo acaba sendo muito grande. São dois sentimentos que nós temos: O primeiro Deixamos escapar uma chance muito boa de somar pontos e sair da zona. O segundo é que muita gente perdeu e não alterou muito a briga na parte de baixo da tabela.

Em maior número, os torcedores rubro negros se aglomeraram no saguão, na esperança de conseguir ver algum jogador rubro negro. Mas, por questões de segurança, ambos os times desembarcam na pista de pouso, e entraram direto para os respectivos ônibus com destino aos hotéis onde as equipes ficarão.

O torcedor flamenguista Mike Souza, de 25 anos, compareceu junto com seus amigos para prestigiar sua equipe. "Peguei chuva para comprar meu ingresso do jogo, e fiquei muito chateado ao saber que quem vinha era a equipe reserva, mas estou aqui para apoiar", comentou.

O time do Botafogo chegou a Manaus na madrugada desta sexta-feira e enfrenta o Flamengo neste sábado, pelo Brasileirão. No saguão do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, na Zona Oeste da capital, o que mais chamou a atenção foram os 'acanhados' torcedores que foram ao local recepcionar o time Alvinegro, que vive uma crise que parece não ter fim, ocupando agora a vice-lanterna.

A estudante Tainá Alves Garmendia, de 22 anos, era uma das 'solitárias' torcedoras que fizeram questão de dar, novamente, as boas vindas ao clube do coração. Ao GloboEsporte.com ela não escondeu o seu descontentamento e cobrou a presença dos apaixonados pelo time carioca como forma de apoiá-lo no atual momento nebuloso que passa.

- Eu sou botafoguense desde criança, sempre estou nos jogos do meu time aqui em Manaus. Inclusive, meu pai é carioca, o que aumenta muito mais o meu amor pelo Botafogo. Não dá para acreditar que os torcedores do Fogão estão decepcionando. Não é possível. Infelizmente, eu vim para cá e tenho que me conformar com os gritos dos torcedores do Flamengo, que vieram em bom número - ressaltou, ao som do barulho da torcida Rubro-Negra.

O clássico entre Botafogo e Flamengo, neste sábado, na Arena da Amazônia, em Manaus, pode definir o futuro das duas equipes neste Brasileirão. Em caso de vitória, o Rubro-Negro praticamente elimina a chance de rebaixamento, que hoje é de apenas 1%. Já o Glorioso precisa da vitória para respirar e sonhar em deixar o grupo dos quatro últimos. Uma derrota, por outro lado, pode deixar o Alvinegro muito próximo da Série B.

– O Flamengo, com 40 pontos, ainda corre algum risco matemático. Porém, vamos levar em conta que há fatores que praticamente anulam riscos. O primeiro é que ele tem um técnico (Luxemburgo) muito vivido no mundo da bola. Sabe que o time não chega no G4 e, quando pegou o Flamengo na lanterna, adotou o discurso de sair do rebaixamento para valorizar o seu trabalho. Fica usando a zona da confusão, mas o Flamengo já saiu dessa – disse Tristão, que, por outro lado, vê o Botafogo numa situação muito complicada.

– Já o Botafogo está muito ameaçado e piorou a sua situação ao perder para o Coritiba. Hoje, diria que a sua chance de rebaixamento é de três para uma. É muito. Na matemática, 77% de risco. O Alvinegro preocupa e não é de agora. Quando tem de jogar e somar pontos, não consegue – comentou.

O que agrava a situação do Glorioso é o péssimo aproveitamento no returno do Brasileirão. O time é o último colocado da segunda etapa da competição. Após o clássico, Flamengo e Botafogo terão ainda sete jogos para definir suas respectivas posições. Uma vitória no clássico, porém, daria muito ânimo para qualquer das duas equipes. A partida não vale título, mas é uma decisão.