Cabo Frio está promovendo uma capacitação sobre esporotricose, uma doença transmitida pelos gatos ao ser humano, entre os Agentes de Vigilância em Saúde. A capacitação tem por objetivo alertar aos profissionais de saúde quanto ao agravo, formas de prevenção e medidas de controle da doença. Só no último ano, o Departamento de Vigilância em Saúde notificou 200 casos de animais contaminados e 156 pessoas com a doença.
A Esporotricose é uma micose de pele causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que está presente no solo, principalmente nas regiões de clima temperado e tropical úmido. O fungo penetra no corpo de uma pessoa quando ela se fere na terra, com os espinhos de plantas e outros materiais orgânicos contaminados. Pode ser contraído igualmente no momento em que é arranhada ou mordida por animais doentes.
A doença vem preocupando os profissionais de saúde da cidade pelo alto número de gatos doentes e de alguns casos em seres humanos no município. Segundo a veterinária Rosana Ayako Ida, coordenadora de zoonoses do município, a ação mais eficaz de prevenção é a promoção de medidas educativas e informações à população.
"A infecção ocorre quando o fungo é inoculado no tecido subcutâneo. Como na maioria das vezes a pessoa adoece por ter se cortado com espinhos, a esporotricose também ficou conhecida como 'doença da roseira'", alerta a veterinária.
Os sintomas da doença, tanto em humanos quanto em animais, incluem feridas pelo corpo, dores nas articulações, perda de apetite, febre e ínguas. Geralmente os sintomas começam com uma lesão na pele que inflama e vira uma espécie de úlcera purulenta (uma ferida). Quando não tratada, as feridas se alastram por todo o corpo, e para os gatos, a doença pode ser fatal. Por enquanto, a esporotricose só pode ser reconhecida depois que as primeiras feridas aparecem.
"As pessoas deixam seus gatos saírem às ruas. Muitos desses animais não são esterilizados (castrados), o que aumenta a incidência de brigas e arranhões, e, consequentemente, a transmissão da doença", explica Rosana.
Recomendações ao responsável pelos gatos com esporotricose:
- Isolar os gatos suspeitos ou doentes de outros animais, mantendo-os dentro da residência;
- Procurar manusear o animal com luvas de látex e após o uso, lavar as luvas com água e sabão (medidas básicas de higiene são importantíssimas);
- Desinfetar o ambiente com água sanitária ou cloro;
- Não oferecer alimentos com leite ou derivados (queijo, manteiga, requeijão, etc);
- A duração do tratamento é prolongada e variável;
- Nunca interromper o tratamento sem autorização do médico veterinário;
- Caso o animal apresente diminuição do apetite, vômitos ou diarreia frequentes, entrar em contato com um veterinário;
- Não faltar às revisões agendadas;
- Seguir a risca todas as orientações dos médicos veterinários quanto ao tratamento e manejo.