Colunista RC24h - Gustavo Garcia: Brasil, um sonho de Mundial

Mesmo não sendo da forma que nós, do povo, gostaríamos, vamos receber a Copa do Mundo que, talvez não seja a mais estruturada de todos os tempos. Mas que, certamente, é a mais esperada entre os vivos e os mortos



Depois que Ghiggia desferiu a flechada de morte nas metas de Barbosa, na final da Copa do Mundo de 1950, promovendo, assim, um dos silêncios ensurdecedores mais mortais da história humana, o povo brasileiro, sentindo fisgadas na alma, jamais adormeceu sem sonhar com uma conquista em território nacional. As lágrimas dos torcedores, que sangraram de norte a sul do país com o título uruguaio dentro do Maracanã, e as gargantas rasgadas com o grito entalado de campeão, se tornaram parte da cultura verde, amarela, azul e branca.

Os tempos são outros, é verdade. Hoje, quase 64 anos após o dia 16 de julho em que o Brasil sentiu náuseas por ansiar a glória esvaída, nós carregamos o fardo de sermos os únicos pentacampeões do mundo. Nos tornamos o povo que nas pernas tortas de Garrincha aprendeu a dançar sem batucada e a sorrir sem carnaval.

No entanto, as bandeiras que um dia tremularam ao vento, os confetes e as serpentinas destinados à conquista brasileira, que parecia mera formalidade na ocasião, continuam guardados para o dia em que levantaremos como anfitriões a taça mais cobiçada entre os deuses e os mortais.

Há males que vem para o bem, como diz a máxima. A dor, com o tempo, nos ensinou que uma partida de futebol não se ganha na véspera. Assim como um Mundial não é construído da noite para o dia. Por isso, mesmo não sendo da forma que nós, do povo, gostaríamos, vamos receber a Copa do Mundo que, talvez não seja a mais estruturada de todos os tempos. Mas que, certamente, é a mais esperada entre os vivos e os mortos graças ao misticismo que carrega.

Pode ser até que uma conquista este ano não consiga sublimar a dor do passado. Sabemos também que não estamos livres de um novo Maracanazzo, visto que algumas seleções chegam forte na disputa.
Mas, independente do que o futuro nos reserva, o importante mesmo é estarmos juntos como nação e voltarmos a sentir orgulho do manto que empunhamos.

Que a partir de agora sejamos um só e que possamos viver a purificação coletiva que somente o futebol é capaz de proporcionar! Que o mundo seja nosso outra vez! 

Para frente, Brasil! Seremos hexa!

#VaiterCopa #ParafrenteBrasil #RumoaoHexa #CopadoMundo#RepresentaoFluFred

*Gustavo Garcia é jornalista esportivo
Categorias: Opinião

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